Furinho de corta luz

Re.descobri

Aquilo que tem dentro.

Aquilo bem guardado que só eu via, que se refletia, em meio aos meus espelhos. Uma sequência de ecos de imagem. Imagiecos.

Ali estava eu presa na bolha espelhada querendo um lugar confortável para sentar e apreciar aquele caleidoscópio cheio de beleza. Não achava.

Achei! Um lugar onde posso dizer: é assim mesmo. Tá tudo bem.

Falei pra aquela menina: “Ta tudo bem. Não tem nada de errado.” Aquela menina me disse: “Foi difícil chegar até aqui”. Respondi: “Mas agora já foi e você aprendeu um bocado.”

É invisível, te corrói por dentro. Te pega onde você não vê. Ninguém te diz. — Ela disse.

Segue assim. Mas não dura pra sempre.

Olho pra cima e lá tem um furo. Furinho de corta nuvem. Furinho de luz. É só ficar olhando que ele se estica e de repente você tá la encima. [Olha, daqui de cima é diferente! Tudo tao pequenino! Nem tem importância onde e como você ta sentada aí embaixo! Vem aqui ver como é aqui de cima!] Planície clara da lucidez. [Cuida! Cuida pra não tropeçar pra não cair la embaixo!]

Roda e roda e cai e levanta. Todo dia tenta de novo. Todo dia a mesma história.

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