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Vidas misturadas

Rodolfo era maquinista. Via o sol nascer na estação Vila verde. Há vinte e dois anos realizava o mesmo trajeto. Saía pontualmente às 6 da manhã todos os dias. Era conhecido por todos que embarcavam. Ficava a porta dando bom dia a quem subia. Lá ia ele. Adorava o tcucchhh tcucchhh com a fumaça desenhando o céu do alvorecer. Via uma magia nos raios de sol se misturando com a escuridão. E todo esse espaço sendo invadido devagar pelo cinza da fumaça de carvão. Tudo fazia sentido em sua vida.

Café tomava as seis e meia, na estação seguinte. Quando subia Renato, um senhorzinho simpático que trocava copinhos de um café fumegante e fraco por algumas moedinhas. Senhor Renato acordava em seu casebre nas ladeiras de Monte Rei. Fazia frio por lá. De uma lata de alumínio pegava o café, esquentava a água em seu fogão de duas bocas e fazia o elixir preto. Era sozinho, desde que enviuvou, Gostava de tomar café com outras pessoas. Começou a fazer para vender no trem. Só queria ter contato com a vida que existia além de seu portão.

Rodolfo saía com o trem da Estação de Monte Rei às seis e trinta e sete. Na próxima entrava Rebeca. Uma menina moça dançarina. Com o coque no alto da cabeça. Sua mochila era cor de rosa. Sempre atrasada, Chegava cansada de tanto correr para não perder o seu transporte. Rebeca conseguiu uma vaga na escola de dança da cidade de Rio do Sol. A maior cidade da região. Precisou se esforçar muito. Foram anos de muito estudo para mostrar sua arte. No palco em conexão com a música que tocava, se encontrava com pessoas sem precisar de muito contato com elas. Preferia a solidão.

Na estação de Rio do Sol muitas vidas se misturavam. Não tinham mais nomes e rostos distintos. Era só o povão da maior cidade da região. Vinham em sua maioria a trabalho. Não falavam com ninguém. Não olhavam para ninguém. Amontoados, subiam apressados. E desciam na mesma correria. Tinha moça de saião, de vestido, de calças compridas. Rapaz de terno, de camisa e de short. Eram apenas um grupão. Chegavam. Sentavam. Desciam pelo caminho. Até que um dia entrou Maria. Sorridente. Deu bom dia. Carregava seu violino. Seria seu primeiro dia tocando na filarmônica. Sorriu para todos. Estava feliz. Todos se viraram assustados. Começou um bate papo que ninguém conhecia.

Rodolfo saía da última estação de sua linha às dez em ponto. Era o maior trajeto de toda a ferrovia. Voltava para casa cansado. Sempre admirado de ter um trabalho que o deixava tão extasiado. Encontrava sua família. Fazia o almoço para neta. Deixava a filha no trabalho. De carro. A tarde fazia pão. Amassando a massa com mão jogava mais farinha e via a fumaça branca subir e se misturando no ar com desenho perfeito de sua cozinha. Tudo fazia sentido em sua vida.

Letícia Maia desafio 001/junho

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